Artigo: PARABÉNS CANAVIEIRAS, 128 ANOS DE EMANCIPAÇÃO; considerações sobre o desfile cívico
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Por Fernanda Caymmi
No último sábado, dia 25 de maio, os habitantes de Canavieiras puderam participar das comemorações dos 128 anos de sua emancipação. Mas o que isso significa? Significa dizer que o que antes era uma Vila, nesta data e no ano de 1891, ganhou status de cidade, adquirindo a sua liberdade e independência de fato.
Segundo os historiadores Aurélio Schommer e Professor Durval Filho, na obra “Canavieiras, Terra Mater do Cacau”, a independência administrativa veio anos antes, quando Canavieiras adquiriu, em 13 de dezembro de 1832, o título de Vila Imperial. Assim, após a eleição dos sete primeiros vereadores, teve início a constituição da Câmara Municipal, formada para legislar e governar a nova Vila que surgia num Brasil já independente. Desde então evoluímos e elegemos as formações políticas, por via democrática, como Prefeitura e Câmara.
A partir da emancipação, a cidade cresceu bastante, o comércio e a política se desenvolveram e muitas águas rolaram pelos rios que cortam a querida “Canes”. A sua história foi sendo escrita pelas mãos e mentes de diversos atores importantes, que deveriam ser destaque em todas as escolas e colégios da cidade, não apenas em pesquisas rasas solicitadas nessas instituições de ensino, apenas quando se aproxima a data tema desta matéria, como acontece atualmente. Afinal “um povo que não reconhece a sua história, está condenado a repetí-la”, frase famosa de Edmund Burke e que concordo em todos os aspectos.
Todos que me conhecem sabem que não sou de Canavieiras, mas por amor, é a cidade que escolhi para viver e morar, como muitas pessoas. E como é bonita esta cidade! Como não se apaixonar por Canavieiras? A natureza foi muito generosa concedendo tantas belezas a esta terra. Desde que finquei raízes na aprazível Canes, não perco nenhum desfile no aniversário da cidade. E todo ano, escolas se empenham com suas bandas, fanfarras, desfilando e colorindo a principal avenida até o palácio do Paço Municipal, a Prefeitura. Este ano, em particular, vimos algo diferente, que partiu dos professores de educação física e monitores de recreação, funcionários do município, fazendo uma bela homenagem à história da cidade. Trouxeram elementos da agricultura e comércio, características da população e claro, o São Boaventura, padroeiro de Canavieiras. Não consegui ver a ginástica rítmica, que se apresentou no chão e sem música. Mas são pequenos problemas técnicos que não tiram o brilho da importante data histórica.
O que, para mim, ofusca um pouco este brilho é a chegada de cada escola à Praça da Bandeira, onde fica um grande palco com todas as “autoridades” políticas. Isso é algo que sempre me intrigou. O final mais parece que a homenagem é uma reverência a estes políticos, enquanto eu penso que a festa é do povo para o próprio povo. Também, me intriga o quanto eles conversam e utilizam o celular no palco. Talvez, mais um motivo para que o palco fique para algumas ações culturais. Sugiro que os políticos se posicionem num pequeno palanque, onde os monitores e professores de educação física fizeram sua bela apresentação. Às “autoridades”, seria justo se cedessem o palco para apresentações que ensinem sobre a história, que incentivem a arte, atividades culturais, para a ginástica rítmica e ação dos monitores, por exemplo. Sugiro às escolas, que mantenham o desfile com as bandas, mas que diversifiquem, com apresentações teatrais e criativas, despertando em cada criança o prazer de pertencer à história e conhecê-la.
Por fim, parabenizo todas as escolas participantes, as fanfarras, as famílias, aos visitantes e principalmente, parabenizo a cidade, que embora seja pouco falado, participou de forma ativa e guerreira na luta pela independência do Brasil e da Bahia.