Entrevista com Gabrielle Santana, atriz canavierense
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Entrevista com a atriz Gabrielle Santana – Atriz Canavierense
(Entrevista concedida a RÁDIO STUDIO FM durante o programa Jornal da Studio e adaptada para os leitores do portal)
Por Hevelem Matos
Bom, a gente já conversou antes e trocamos ideias sobre a arte, cultura, mais os nossos leitores também querem saber sobre você, o que você faz, a sua trajetória... então eu queria que você começasse falando sobre você, quem é Gabrielle Santana?
Então, eu sou atriz... é até engraçado falar que eu sou atriz né porque acho que muita gente que tá ouvindo vai pensar “nossa, ela é atriz mas nunca ouvi falar” é assim mesmo viu gente?! Também tem atrizes independentes, não necessariamente a gente ta ai em todos os holofotes mais a gente continua trabalhando. Eu sou atriz mais de teatro, eu sou formada em artes cênicas pela Universidade Federal da Bahia – UFBA e eu faço teatro desde 2011. Entrei na faculdade em 2014, me formei no bacharelado em 2017 depois fui pra licenciatura em teatro, comecei a dar aula de teatro também... encontrei a educação e desde então eu trabalho com isso, trabalho com atuação e com outras coisas também porque a gente acaba fazendo um pouquinho de tudo. Morei em Salvador por cerca de 6 anos, trabalhando com isso, trabalhando com cultura e desde o início da pandemia eu estou aqui em Canavieiras, voltei pra terra e aqui a gente está resistindo porque com essa pandemia a cultura foi um setor que parou....
Importante você citar isso, como tem sido esse seu trabalho cultural em meio a essa pandemia que como você bem disse, parou o setor cultural?
Não totalmente porque a gente teve que adaptar muita coisa, como a gente faz a arte né, a gente adaptou na educação também, comecei a dar aula de teatro online, comecei a engatar outros projetos nesse formato online então a gente está descobrindo como continuar a fazer o nosso trabalho nesse novo formato, basicamente isso...
Tudo isso né?
Sim (risos) tudo isso...
Nossa cidade, Canavieiras tem um potencial cultural muito grande, é uma cidade história, você canavieirense, filha de Emanuel e Rose, você acha que ter nascido aqui contribuiu para que você tivesse o gosto pela arte, pela cultura?
Olha eu acredito que sim, eu sempre quis ser atriz, é engraçado contar essa história porquê isso sempre esteve comigo, eu acredito que tem coisas na vida que são chamados assim né... cada um tem a sua trajetória, sua história, sua forma de se descobrir, tem gente que descobre o que quer fazer um pouco mais tarde, vai pra um caminho e depois descobre que é outro, mais eu sempre quis ser atriz, eu sempre quis trabalhar com cultura, trabalhar com a arte de alguma forma. É engraçado porque Canavieiras sempre teve um apelo cultural muito forte e eu ouso dizer que a gente tá perdendo isso com o tempo mais desde que eu era criança eu lembro muito quando a gente ia pra as festas, eu lembro muito do Bloco das Almas no Carnaval, que é uma tradição que a gente tem até hoje e tinha outras coisas, a festa de São Sebastiao é uma tradição mais eu acho que eu descobri que queria ser atriz e trabalhar com isso na escola que eu estudei quando eu era pequena que foi a Escola Kennedy, lá eu tinha professoras que eram muito voltadas para esse lado e a gente começou a fazer muito espetáculo infantil, de final de ano, comemoração do dia das mães, Natal e aí a atuar entre aspas nesse lugar (...)
O MAIS RECENTE TRABALHO DA ATRIZ GABRIELLE SANTANA É O CURTA-METRAGEM OPHELIA GRAVADO EM CANAVIEIRAS –BA
O seu mais recente trabalho é o OPHELIA, um curta-metragem lançado neste mês de Abril, , produzido aqui em Canavieiras, qual é a proposta desse trabalho? Você construiu roteiro, direção, atuou, fez praticamente tudo né...
Foi como eu falei recentemente em uma entrevista que eu dei agora, me perguntaram se esse era o meu DNA artístico: fazer um pouco de tudo, eu falei que não necessariamente era um DNA artístico mais uma questão de necessidade porque a gente trabalha com muita vontade, com muita raça e com pouco investimento, a verdade é essa. OPHELIA surgiu nesse contexto, esse curta surge a partir do Projeto IluMINA, que foi um projeto que eu participei no começo desse ano que tinha uma proposta de dar aula sobre iluminação gratuita para mulheres que se inscreveram, foi um projeto também da Dimenti Produções, com meninas maravilhosas, fazedoras de cultura de Salvador – BA e eu só tenho a agradecer a elas(...)
Foi aí que surgiu OPHÉLIA, eu fui aprovada e a gente colocou em prática.
Leia o release do projeto abaixo no final da entrevista
Em 2018, a Igreja Matriz de São Boaventura completou 300 anos, um momento histórico e muito marcante para todos nós e você conduziu um espetáculo belíssimo e que foi apresentado durante a festa de comemoração, como foi fazer essa produção?
Foi um projeto muito importante para mim, foi quando eu voltei pra cá pra dar o pontapé nisso, foi muito legal de fazer... Nós fizemos um espetáculo que contou toda a história da Paróquia São Boaventura e se chamou “Cada ponto é um conto” . Eu conduzi num formato completamente diferente porque a gente trabalhou com não-atores, eu convidei pessoas daqui que tinha interesse em fazer, eu queria aproveitar para agradecer a Tati do antigo Ballet Plié que me cedeu espaço e vários alunos dela que também tiveram interesse em participar, foi muito legal e aí a proposta foi de dar aulas para essas pessoas, aulas de teatro mesmo e construir um espetáculo ao mesmo tempo, trabalhamos cerca de 3 a 4 meses para poder montar esse espetáculo, tivemos um período de aula e outro de montagem e de ensaio (...) Contei com a ajuda de dois amigos, parceiros meus de Salvador que foi o Caique Copque e o Kaique Santos.
Release de OPHELIA
Ophelia é um curta-metragem assinado por Gabrielle Santana (@gabriellestn) criado a partir do Projeto IluMINA, realizado pela Dimenti Produções. Ophelia tem como texto e mote criativo o monólogo da personagem em Hamlet Máquina, escrito por Heiner Müller em 1977. No curta, vemos Ofélia em confronto consigo, retratando o seu processo de queima e redescoberta. Enfrentando sua prisão, física e não física, Ofélia se vê de encontro com o símbolo do seu destino trágico na obra original Shakespeariana. Será que dessa vez ela se joga nas águas?
O curta ficou disponível para visualização até o dia 15/04 através do link https://youtu.be/kHF4NeYvARo e agora será inscrito em alguns festivais de cinema.
FICHA TÉCNICA:
Roteiro e Direção: Gabrielle Santana
Atuação: Gabrielle Santana
Produção: Gabrielle Santana e Lucas Báfica
Assistência de Produção: Hevelem Matos
Concepção de luz: Gabrielle Santana
Montagem de luz: Gabrielle Santana e Lucas Báfica
Operação de Câmera: Lucas Báfica
Edição de Vídeo: Gabrielle Santana
Edição de Áudio: Lucas Báfica
Orientação: Lelê (Larissa Lacerda)
Trilha Sonora: Allégro- Emmit Fenn; Creep- Emmit Fenn; No8 Requiem- Ester Abrami
Apoio: Espaço das Artes e Studio Fm
Realização:
Dimenti Produções
Projeto IluMina
Coletivo Nosotras