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Artigo: O COLÉGIO DE MUITOS NOMES E UM SÓ CORAÇÃO, COMPLETA 60 ANOS.

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Neste dia 27 de Setembro data em que o Colégio Municipal Osmário Batista em Canavieiras, completa 63 anos de fundação, leia o artigo histórico da musicista, ativista cultural, diretora do Instituto Cultural Dona Preta e membro da Academia de Letras de Canavieiras - ALAC, de Eunice Castro, escrito em 2018 e que retrata a história desta importante instituição educacional.



EDUCAÇÃO, UM DIREITO PARA POUCOS

          Canavieiras, até a década de 1960, não tinha nenhum curso “ginasial”. Quem concluía o 5º Ano e não tinha dinheiro para continuar seus estudos em Ilhéus, Itabuna ou Salvador, ficava por aqui, mesmo, aguardando a construção de um ginásio. Esse, era um sonho antigo da comunidade canavieirense e seu, vasto, território (Santa Luzia, Camacan, Pau Brasil, Mascote e Potiraguá).

FINALMENTE, UM GINÁSIO EM CANAVIEIRAS

           O sergipano, Osmário Cavalcante Batista, foi eleito prefeito de Canavieiras (primeiro mandato, 1951-1955) pela UDN – União Democrática Nacional e fazia oposição ao governador do Estado, Luís Régis Pacheco Pereira (1951 a 1955). Apesar disso, ele conseguiu trazer um ginásio para Canavieiras, pois era um homem, muito bem, relacionado no meio político baiano, além do fato de Canavieiras ser um dos sustentáculos da economia baiana, com a sua, rica, lavoura cacaueira.

            A construção do ginásio durou cerca de três anos, tempo em que Osmário foi eleito Deputado Estadual e elegeu Licurgo Ramos, prefeito de Canavieiras (1956-1959). Nesse período, governava a Bahia o governador Antônio Balbino de Carvalho Filho (1955 a 1959) e, no dia 27 de setembro de 1958, o ginásio foi inaugurado, recebendo o nome de Ginásio Osmário Batista – GOB.

 

 

 

E COMEÇA A CONSTRUÇÃO DO GINÁSIO

            O Ginásio foi construído no Largo 2 de Julho, uma área de terra que servia de campo de futebol para os antigos times da cidade (Satélite, São Cristóvão, Independente, Peralta, dentre outros). Os materiais de construção viam de Salvador, através de grandes navios como, o 2 de Julho, o Canavieiras e o Ilhéus, que atracavam no, movimentadíssimo, Porto Grande (hoje Sítio Histórico). As obras ficaram a cargo do mestre de obras João Lourenço Ferreira, o João Panan, que, também, era músico. O pedreiro-músico, compôs a melodia do Hino do GOB, cuja letra é de autoria de Alcides Costa, advogado e escritor. 

            A estrutura física do GOB foi se modificando aos poucos. Em 1970, ganhou três novas salas, ao lado do auditório. Naquela ocasião, o diretor era o professor Boaventura Portela e o prefeito, João Perelo de Matos (primeiro mandato, 1967 a 1971). Ainda em 1970, o GOB passou a se chamar CEOB – Colégio Estadual Osmário Batista. Entre 1971 e 1973, foi construído o Pavilhão Rômulo Galvão (com cinco salas), uma homenagem ao Secretário Estadual de Educação. O prefeito era Almir Oliveira Nonato e o governador da Bahia, Antônio Carlos Magalhães (primeiro mandato, 1971 a 1975).

A NOMEAÇÃO DOS PRIMEIROS FUNCIONÁRIOS

             As aulas tiveram início em março de 1969 e foi nomeado o primeiro diretor: O Meritíssimo Sr. Juiz, Dr. Henrique Coqueijo Fidalgo. Além dele, foram nomeados os primeiros professores: Haydée Correa, Terezinha Freitas, Rita Braga Fernandes, Nelza Loureiro, Samírames Protásio, Alcides Costa, Padre Shelley Andrade de Souza, Caio Peltier Loureiro, Ely Bandeira, Hermógenes José Filho, Iracy Murta, Hamilton Pereira, José Gomes, Helena Guimarães, Zenália Carvalho, Hélio Guimarães, Dilma Costa e Nilton Gonçalves. Para a secretaria da escola, foi nomeada: Zenilda Carvalho. Para os serviços gerais, foram nomeados: Faraildes Almeida, Afrânio Matos e Lourival do Vale.

            O tempo foi passando e o CEOB vivendo novas experiências de trabalho. Também foram diretores: Wilfredo Lessa, Boaventura Portela, Daphnes Oliveira, Alcides Costa, Edulindo Ribeiro de Carvalho, Waldir Silvão, Carlos Gomes, Neuza Gomes, Rita Reis, Liana Belém, Nilsa Costa, Otoniel Cassimiro Neto, Simone Ribeiro, Rita de Cássia Báfica, Valquíria Souza, Sara Maria Araújo.

             E o CEOB mudou de nome, novamente. Foi municipalizado. Agora, se chama CMOB – Colégio Municipal Osmário Batista e está na direção de Liana de Tal. E por falar em professores, esses, também, figuram na lista dos antigos professores do CEOB: Glimária Santiago, Clemente Brandão, Cosme Araújo, Jael e Gildete do Ouro, João Dias, Gisberto Magnavita, Dalva Freire, Maria de Lourdes, Maria Antônia... E, também, foram funcionários: Julieta Sarmento, Terezinha Conceição, Gersonita Seara, Hamilton Santos, Luiz Borges, Luiz Fernando, Dona Bob, Dona Mariazinha, Dona Nide...

ALUNOS PIONEIROS E O ORGULHO DE SER ESTUDANTE DO GINÁSIO

            Após fazerem o Curso de Admissão ao Ginásio (uma espécie de vestibular da época), os alunos eram considerados aptos a estudar no GOB. Os meninos usavam calça e blusão (tipo palitó) na cor cake, camisa branca de manga comprida, gravata preta e sapato social. E as meninas, usavam saia azul marinho, camisa branca de manda comprida, gravata preta (tipo borboleta) e sapato social feminino. Orgulhosamente, frequentavam as aulas de Português, Matemática, Histórias do Brasil, da América e Geral, Ciências Naturais, Geografia, Psicologia Geral, Canto Orfeônico, Inglês, Francês, Latim, Desenho e Educação Física.

 

             Alguns dos primeiros alunos do GOB: Geny do Ouro, Rita Reis, Maria de Lourdes Lacerda, Adelina Magnavita, Clélia de Jesus, Bernadete Argolo, Adilson Guimarães, Aldenice Figueiredo, Evanete Souza, Evanete de Jesus Costa, Inocêncio Caetano, Margaracy Nunes, Maria de Fátima Coutinho, Antônio Raimundo, Maria Carolina, Norma e Nely Homem, Gersino Batista, Melquíades Almeida, Helena do Amparo, João Crispiniano Souza, David Barreto, João José Cavalcante, José Alberto Leal, Leda Minervino, Maria Pereira, Zélia Leal e Terezinha Madalena Santana.

            Em 1962, se formou a primeira turma do Curso Normal: Maria de Lourdes Lacerda, Evanete de Jesus Costa e Inocêncio Caetano. Em 1964, a segunda turma do Curso Normal: Neuza Gomes, Lucy de Jesus, Maria Amélia Olivei9ra, Sônia e Marlene Nunes e Iza Marilene Cardoso. Em 1965, foi a vez da primeira turma do Curso Técnico em Contabilidade: Geny do Ouro, Bernadete Argolo, Adilson Guimarães, Iza Marilene Cardoso, João José Cavalcante, Mariana Pereira e Raymunda Ramos. Em 1972, se formaram no Curso de Contabilidade: Durval Pereira da França Filho, Jair Reis e Lena Bienieck. Em 1968, cursavam o Curso Pedagógico: Tereza Francisca Santana, Inalva Ferraz, Marialda Carvalho, Diva e Marli Pedreira e Sônia Amorim. Em 1968, se formaram no Curso Normal: Anamaria Cruz Leal, Maria Luiza Rezende, Lani Nascimento, Cleuza e Clélia Leal, Ana Maria Cavalcante e Liana Belém. Alguns alunos faziam dois cursos ao mesmo tempo: Normal (manhã) e Contabilidade (noite).

OS ANOS DOURADOS DO GINÁSIO E O FESTAC

             Em 1969, o Grêmio Estudantil Ruy Barbosa, presidido pelo aluno Almir Nonato, promoveu a 1ª Maratona Estudantil de Canavieiras, seguidas por outras tantas. Almir foi eleito prefeito em 1971 e governou até 1973, quando faleceu, vítima de acidente de carro, entre Salvador e Amélia Rodrigues. Em 1970, o aluno Ari Coutinho, promoveu o 1º Festival de Música de Canavieiras, com as colaborações dos alunos: Durval Filho, Alberto Evangelista, Jorge Carvalho, Noilton Araújo e Edjal Diamantini. Foram muitos os festivais, as maratonas, os eventos artísticos e culturais promovidos pelos alunos do CEOB.

            O FESTAC – Festival de Artes do CEOB, foi criado em 2000, pelas professoras: Anamaria Leal, Arianice de Paula, Maria José Reis, Rita de Cássia Báfica e Edileuza Passos. No FESTAC, que acontece até hoje, agora sob a organização de Wtraim Gomes, os alunos revelam seus talentos nas áreas da música, dança, poesia, dublagem. E, assim, segue o Ginásio, com a sua doce missão de revelar talentos: Professores, médicos, advogados, engenheiros, músicos, poetas, mestres de obras, cozinheiros...

 

O COLÉGIO É NOSSO

            O colégio de muitos nomes e um só coração, O GOB, CEOB ou CMOB, completa, no dia 27 de setembro deste ano de 2018, 60 anos de vida, de luta, de história, de serviços prestados aos canavieirenses e a tantos quanto, a ele, recorrerem. Porque, pelos suas salas de aula, seus corredores, sua cantina, seu auditório, também passam diretores, professores, alunos e funcionários dos quatro cantos da Bahia e do Brasil.

          Como diz a letra do Hino, desde os tempos do GOB: “Salve o dia magnifico, em que lançou-se a semente desta árvore, bendita, que germinou, imponente, em solo fértil e, bem, rico”. Muito obrigado, CEOB, como eu prefiro continuar te denominando. A você, CMOB, os nossos parabéns!

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Jornal Tabu – 1ª. Quinzena, setembro de 2018

Nota: Neste 27 de setembro de 2021, o CMOB está completando 63 anos de fundação.

 

 

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